quarta-feira, 22 de abril de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XIV ]

O planeta Sem Nome ou Maria-vai-com-as Outras (M-v-c-a-O), apesar de sua constante crise de identidade, conseguiu produzir algumas personalidades interessantes que contribuíram para o bem do universo conhecido e para o seu próprio bem, é claro. Um exemplo é o indianista Glúteo Plúmbeo, que descobriu com quantos paus se faz uma canoa, ajudando assim, o imenso contingente de nativos sem etnia definida que, com sua descoberta, puderam atravessar com canoas os profundos e extensos rios de todo o planeta para viajarem até as cidades a fim de comprarem alimentos e assim não morrerem de fome, pois nas florestas tudo que podia ser comido já havia sido devorado. Outro exemplo da inteligência dos Inomináveis (os habitantes do Sem Nome ou M-v-c-a-O ), foi o caso da costureira Jamba Tamba, que colocou a primeira dama do planeta numa tremenda sai justa confeccionada para um jantar no palácio do governo. Durante o tempo que passou na prisão por causa do episódio, patenteou a expressão “saia justa” e tornou-se uma milionária, ganhando royalties pelo uso da mesma, que popularizou-se em todo o universo conhecido. Acreditem ou não, neste exato momento ela acaba de ganhar algumas “verdinhas” pelo uso da expressão, aqui, neste relato!

Mas, contudo, a habitante mais eminente e que mais contribuiu para o bem geral do universo conhecido - desta vez por meio da ciência; e, no entanto, totalmente desconhecida no seu próprio planeta, é a Dra. Fufa Flop! Felizmente, todo o universo conhecido que possui vida inteligente e avançada a conhece, sendo desconhecida somente no seu planeta Natal e em alguns outros poucos planetas atrasados, entre eles, a Terra, mas no caso deste, já é uma outra história...e por outros motivos....

Pois bem, vamos voltar um pouco no tempo: a Dra. Fufa Flop era uma grande médica e cientista que realizou a primeira cirurgia de redesignação sexual do universo conhecido. Seu primeiro paciente, cuja cirurgia foi um sucesso, foi seu computador de bordo e secretário particular Fru-Fru. Ele nasceu com a genitália típica do sexo masculino, no entanto, seu cérebro era feminino. Assim, quando as pesquisas e técnicas cirúrgicas da cientista estavam muito avançadas e prontas para serem aplicadas, Fru-Fru quis se submeter às mesmas.

A técnica, sendo um sucesso, elevou o nome da médica à celebridade planetária e interplanetária. Ela chegou a realizar mais de uma centena de intervenções cirúrgicas. Vários habitantes de planetas vizinhos, bem como habitantes do seu próprio planeta se submeteram às cirurgias, que resultaram em grande satisfação para todos.

Mesmo sob toda a felicidade da nação planetária e até mesmo de quase toda a Via Láctea, ele foi enviada para o exílio em outro planeta. O grande problema que ocasionou sua deportação para o planeta Cuícaspanderosas na Galáxia de Galak, foi a inevitável aproximação do Sem Nome ou M-v-c-a-O com o planeta Pope, na Galáxia de Nocativa (sim, o Sem Nome ou M-v-c-a-O de vez em quando sai de sua própria galáxia!).

Esse planeta é muito conhecido por seu atraso tecnológico, bem como psicológico e comportamental, sendo bastante retrógrado, preconceituoso, hipócrita e extremista religioso. Assim, devido à tal aproximação, as características do Pope foram absorvidas pelo Sem Nome durante dezenas de anos, fato que tornou quase todos os seus habitantes retrógrados, preconceituosos, hipócritas e extremistas religiosos - sendo terminantemente proibida então, a tal cirurgia de redesignação sexual, e deportada a sua criadora, bem como sua companheira (sim, ela era lésbica!) e assistente, a Dra. Juba Nula. Sendo também, destruídos todos os vestígios da existência das duas médicas e de toda a sua obra científica, restando somente – trancado a sete chaves, o dossiê histórico publicado nos Apocryphal Archives.

Mas, caros amigos, não subestimem a inteligência da Inominável mais inteligente do planeta Sem Nome! Ela possuía backup de todos os seus documentos, relatórios e arquivos médicos numa poderosa mídia que dura centenas de anos e não é detectada pelos detectores de metal: o papel!

Assim, as duas cientistas, acompanhadas pelo fiel Fru-Fru, continuaram suas pesquisas no planeta Cuícaspanderosas, conhecido por seu alto grau de desenvolvimento científico e tecnológico, e sem extremistas religiosos...porém, mais gelado que a Sibéria. (continua...)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XIII ]


Plumct e Romicarla iniciam um ardente e promissor romance. O ET, ao cabo de alguns poucos dias se muda para cabana de barro em cima da árvore. Bubucutú vai sempre visitá-los, e recebe a promessa de ser padrinho do primeiro filho do casal.

Plumct, muito intrigado e curioso a respeito da origem de sua companheira, com o consentimento da mesma e após a lua-de-mel, começa a investigar o tal pen-drive misterioso. As informações contidas no mesmo encontram-se bastante danificadas, mas o ET consegue descobrir que elas estavam codificadas num antigo dialeto do seu planeta natal! O Planeta Sem Nome ou Maria-vai-com-as-Outras! Que incrível coincidência!

Após alguns dias de pesquisa, ele consegue decifrar mais algumas informações além da frase que Romicarla já havia entendido:

Médica continua pesquisas no exílio
Gugu-dadá
Cirurgia de mudança de sexo
Pope is pop
Pandeiro e samba no pé
Devorar pizzas
I love you

Com essas importantes informações, nosso ET inicia uma série de buscas nas bases de dados intergalácticas (Intergalactic Databases – with Full Text), às quais possui acesso no seu disco voador. Essas bases constituem-se num imenso conglomerado de todos os bancos de dados dos universos conhecido e desconhecido, que abragem exaustivamente todas as informações em todas as áreas do Conhecimento e do Desconhecimento * .

Infelizmente nenhum terráqueo-humano tem acesso a elas, pois somente terráqueos não-humanos conseguem obter sua senha de acesso ao nascer. Esses terráqueos não-humanos que podem acessá-las são os cães e gatos do planeta todo. Os estudiosos poderosos que conceberam e alimentam continuamente as bases decidiram que os terráqueos-humanos só receberiam as senhas depois de deixarem de ser corruptos, preconceituosos e infantis.

Um exemplo de preconceito terráqueo-humano com bastante repercussão pelo universo afora, e que até o momento permanece inalterado, é a não-participação de alienígenas nos concursos de Miss Universo realizados na Terra. Várias aliens dos mais diversos e distantes planetas se inscreveram e tiveram suas participações vetadas por anos a fio.
Tal preconceito causa há muito tempo bastante revolta em todo o universo, pois, já que não são aceitas fêmeas extraterrestres, porque o nome de Miss Universo e não Miss Terra?

A despeito das críticas recebidas, os terráqueos-humanos, achando-se os mais morfologicamente belos do Universo, continuam insistindo em tal denominação para esse concurso, e também, no veto às inscrições das belas extraterrestres! Eles continuaram resistentes até mesmo após a UGC e outras instituições intergalácticas realizarem maciças campanhas de protesto e moções de repúdio a esse abominável comportamento.

Assim, essas e outras atitudes preconceituosas fizeram surgir a norma proibitiva para o fornecimento da senha para os terráqueos-humanos. E, apesar desta estar em vigor há pelo menos dez mil anos, de uns cinco mil e duzentos anos pra cá, tem surgido muita violência na Terra por sua conta, pois vários seres humanos vem tentando subornar seus gatinhos e cachorrinhos para obterem a senha, dando-lhes comidinhas diferentes, roupinhas da moda, etc. e tal; mas, até hoje, nenhum desses animaizinhos cedeu, mesmo sob tais subornos e torturas - em alguns casos extremos. Esse extremismo acabou acarretando a morte de alguns humanos, pois alguns cãezinhos pitbulls mais nervosos e inconformados com as torturas a que foram submetidos para abrirem o bico, acabaram por matar seu donos.

Mas, mesmo com essas ocorrências, os poderosos cientistas criadores das bases não liberaram a senha, pois, de acordo com as estatísticas da violência cães e gatos X humanos em busca da senha, os episódios violentos com morte ainda são baixos segundo os critérios de catástrofes e afins, preconizados pelo “Handbook of the rational use of intergalactic databases – 458 ed.” , os quais não geraram consequências extra-terrestres...por enquanto.

Plumct então, munido de sua senha, após dias de incessantes buscas nas bases de dados com as palavras-chave, descobre nos “Apocryphal Archives”, os quais ele abre utilizando seu código oficial de ET abdutor ainda válido, um longo dossiê secreto sobre uma tal de Dra. Fufa Flop, médica e cientista conteplanetária dele! Que coincidência! A qual foi exilada no planeta Cuícaspanderosas, da Galáxia de Galak, e, pasmem...!

A tal cientista teve uma filha cujo paradeiro é desconhecido desde a destruição do Planeta Cuícaspanderosas na Guerra dos Mundos, que envolveu todos os planetas da Galáxia de Galak!

Oh! Pensa Plumct juntando as mãos. Minha amada seria a filha da Dra. Fufa Flop?!!!! E, furiosamente continua a ler o dossiê! (continua...)

* Desconhecimento é o estudo parenético sobre as falácias científicas do universo conhecido e do desconhecido, a fim de se antecipar todas as possibilidades possíveis de contra-argumentos a favor das mesmas, à la Padre Vieira.