Aqui
estou eu novamente, pensativa numa tarde de domingo. Curtindo a
solidão de uma velha lebre40 abandonada. Desde que meu
relacionamento com a loba43 terminou, venho mais intensamente
pensando na solidão da velhice que certamente virá . Sozinha em
minha toca, só me restará escrever. Não que isto seja mal – a
solidão sim, não o escrever.
Pensei em
escrever “coisas” sobre o amor. Algo edificante que toque os
corações das lésbicas, para que descompliquem suas vidas e aceitem
a rotineira e deliciosa vida a dois, enaltecendo os surpreendentes
detalhes que podem quebrar e restaurar do tédio as relações que
porventura nele venham a cair. Isso tudo em forma de contos, ou um
pequeno romance de costumes, ou até mesmo no formato de crônicas
sobre a vida a dois, ou crônicas de ficção sobre relacionamentos
lésbicos na atualidade. Pensei até mesmo em escrever um manual de
boas práticas no cotidiano dos relacionamentos lés, para que estes
venham a durar mais tempo e tornem-se mais estáveis, apesar de não
possuírem, em grande parte dos casos, o propósito de constituirem
uma família. E, conforme o caso, menos neuróticos, menos
complicados, com menos álcool, menos “rebuceteio” (com o perdão
do uso de palavra tão estranha ...hehe), com mais responsabilidades
assumidas entre si e perante as famílias de ambas.
Pois
então, pensei, pensei, sonhei, delirei, intercalei meus pensamentos
com fantasias sexuais com lindas atletas (estamos em plena
Olímpiadas!), pensei novamente. E...achei tudo uma chatice....as
fantasias com as atletas musculosas e esculturais estavam mais
inspiradoras....
Quem sabe
não devo escrever uma história sobre uma jogadora de tênis de mesa
dona de lindos braços fortes e torneados que durante as Olímpidas
conhece uma nadorada vigorosamente deliciosa e....
Ai...como
é duro ser uma velha lebre lésbica abandonada e carente!