domingo, 29 de novembro de 2009

A SAGA DE ZUM, O 1/4 - cap.II


Zum parece andar sem rumo pelas ruas movimentadas da cidade. Anda devagar, observando tudo e todos. Os altos prédios parecem causar-lhe alguma admiração, pois pára algumas vezes e fica a observar-lhes olhando para o alto através das lentes espelhadas de seus óculos escuros, o que faz com que alguns transeuntes ao passarem por ele, olhem para cima também.

Ele não sabe, mas eu estou seguindo-o e observando seus passos. Preciso saber a quê exatamente, ele veio à Terra. Porque preciso saber? Curiosidade de criador sobre os desejos de sua criatura, acredito eu.

Ele entra num bar. Boa escolha, é o bar La Cancha . Senta-se no balcão e pede uma água – a única bebida da Terra que ele conhece e acredita ser a principal. Ele não sabe que a bebida mais popular aqui é o álcool. Somos todos alcoólatras. Até mesmo eu, uma lebre. Algumas vezes embriago-me, tornando-me por algumas horas, uma lebre lésbica demasiado humana, que precisa do álcool para relaxar e aguentar o tranco da vida. Mas somente por algumas horas....e de vez em quando...pois na maioria das vezes sou sempre uma lebre lésbica duplamente malhada, e só.

Zum bebe a água gelada. Servida numa taça de vinho tinto, com gelo e rodelas de lima da Pérsia.
O dia está quente. O clima aqui é bem mais quente que em Arcádia. Vejo que ele sente-se renovado após alguns goles. Eu continuo observando-o. Estou sentada sozinha, numa mesa transversal ao balcão, conseguindo visualizá-lo de perfil. Ele continua usando os seus óculos espelhados. Eu também estou de óculos. Porém, com lentes de grau levemente escurecidas e com armação de resina marrom. Sinto que estou com uma aparência bastante intelectual.

Continuo observando-o através das minhas lentes enquanto beberico um whisky com água de côco.
Não sei ainda se ele me notou. Penso que ainda não. Uma lebre orelhuda e dentuça, de óculos, sentada num bar, chamaria a atenção de qualquer ser 4/4 terráqueo; porém, de um ser apenas ¼ terráqueo, não tenho tanta certeza. Saber-se-á quantas lebres ele já não viu sentada em bares pelo universo afora, tomando um drinque e aparentemente flertando com ele de modo discreto?

Distraio-me por aguns segundos e, ao retornar minha atenção a ele...pronto! Ele nota-me! Está agora olhando-me fixamente! Estou desconsertada! Criatura e criador se confrontam visualmente!
Sinto que ainda não estou preparada para isso. Preciso de mais álcool! Viro meu copo numa única golada e chamo o garçom. Peço um whisky duplo, no velho estilo caubói. Sou uma velha lebre antiquada, muitas vezes até mesmo conservadora.

Zum pára de olhar-me. Conversa com o garçom e pede uma bebida mais forte, pois recebe um taça fumegante de curaçao blue. Não sei se ele sabe quem eu sou, ou se sabe da minha existência.
Não voltou mais o olhar em minha direção, embora eu continue a observá-lo enquanto ele toma delicadamente sua bebida azul com uma bandeirinha colorida espetada na cereja da borda da taça.

Termino meu whisky, peço a conta, e levanto-me meio zonza da mesa. Passo atrás dele, que não se vira para mim. Vou embora bastante down e de orelhas murchas. Não sei exatamente o porquê. Talvez, ter confrontado tão de perto minha criatura – mesmo que só visualmente, tenha sido muito forte para esta velha lebre lésbica.

Saio do bar e ganho as calçadas quentes e cheias de gente. Ele continua lá, bebendo agora, um malibu com gim. Não o estou mais observando de perto, mas sei que ele puxou conversa com uma bela loira escultural, vestida de vermelho, que acaba de sentar-se no balcão ao seu lado.


(esse cap. é uma homenagem singelíssima e muitíssimo modesta a Kurt Vonnegut! Claro que não chega aos pés do capítulo do livro "Café da manhã dos campeões", o qual foi usado como inspiração para este que você acabou de ler...só quis despretensiosamente "brincar" de ser Vonnegut, a quem muito admiro!)

domingo, 11 de outubro de 2009

A SAGA DE ZUM, O 1/4 - cap.I

Queridos! Uma boa notícia! Hoje estrearemos um nova história da Maga!
Aquela danada fez-me anunciar em alto e bom som que estava sem inspiração, e agora estreará uma história novinha em folha! Pelo menos o primeiro capítulo! hihihihi....

Com vcs...A SAGA DE ZUM, O 1/4 (beijos meus, Xica, e da Maga!...divirtam-se!)



Num belo horizonte de uma linda capital de uma cidade terráquea brasileira, aterrisa um reluzente disco voador - lindo, negro e de última geração. Espécime equivalente ao mais belo cavalo branco de qualquer príncipe terráqueo!

De dentro dele sai um jovem ET. Vestido como um terráqueo normal – jeans e camisa social, passa despercebido pelas ruas da cidade, bem como seu disco voador, que comporta-se como um carro terráqueo normal. Sua aparência externa é a de um automóvel terráqueo de grande porte, tipo um Honda Civic e afins, como o Citroen C4 Pallas e o C5. E, coincidentemente, por mais inusitado que isso possa parecer, essa bela nave fora adquirida por compra on-line disponibilizada por uma concessionária terráquea que utiliza a web 6.0* para vendas aos clientes alienígenas. Após a compra, ela foi enviada ao planeta Arcádia por UPS intergaláctica.

A maioria dos terráqueos não sabe, mas esses modelos de discos voadores foram adaptados para a Terra como veículos terráqueos normais. Mas, os atentos e sem preconceito, que possuem amigos Extraterrestres já receberam a dica de ler o manual dos grandes carros sob luz negra!

Sim! Os terráqueos não imaginam como é fácil sair voando por aí de Honda Civic ou de Citroen C4 Pallas e C5! No manual, sob essa luz, é possível encontrar as instruções de como fazê-lo didaticamente. Você só precisará usar um tradutor que traduza blup blup para o Português, pois o manual original revelado sob a luz está em blup blup, língua materna do planeta Blupzão, uma espécie de Detroit de discos voadores.

Todos, eu disse TODOS esses carrões terráqueos são na verdade, discos voadores de última geração! ! E sabem quem teve a idéia de adaptá-los para a Terra como simples carros? A cantora popstar Madonna! Quando foi visitar sua tataravó em Blupzão.

As fábricas automotivas japonesas e francesas terráqueas foram as que melhor se saíram nessa adaptação, ganhando as principais concorrências para trazê-los à Terra, sob os auspícios sigilosos da cantora, que não queria e ainda não quer revelar sua origem extraterrestre.

Pois é, a mídia terráquea não conta nada disso não é?! Já a extraterrestre...


Continuando, Zum, um ET do planeta Arcádia vem conhecer pela primeira vez, o Planeta Terra!

Acho que vocês já sabem quem é ele, ou não?! Sim, ele é o filho de Plumct e Plaft (formerly Romicarla)! Ele veio conhecer o planeta sobre o qual tantas histórias ouviu de seus pais, pois, afinal, corre em suas veias ¼ de sangue terráqueo!



* espécie de internet intergaláctica que infiltra-se na internet dos planetas vulneráveis que não possuem políticas de segurança interplanetária por não acreditarem em ETs.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O Pé Assassino

Queridos leitores...sabemos que o blog está paradíssmo! Maga está sem tempo e sem muita inspiração para escrever "coisas" interessantes para postar aqui...então, a pedidos (de quem, não sei...rs), ela solicitou que eu postasse um roteiro de um filme de 1 min. que ela e alguns amigos escreveram anos atrás...

Nunca foi filmado, mas é ma-ra-vi-lho-so! Xica Morena garante!


Com vocês...O Pé Assassino! (beijos da Xica Morena e um alô da Maga!)



Cena 1 : letreiro: Os pés

- Há vários tipos de pés . (mostra vários pares de pé enfileirados da esquerda para a direita) (todos descalços)
- Há pés grandes e pés pequenos. (volta mostrando os pés da direita para a esquerda)
- Há pés de todas as cores. (mostra agora os pés formando um círculo, vistos do alto)
- Cada um tem um segredo. ( o círculo vai desfazendo-se)


Cena 2


Um par de pés descalço vai andando por uma calcada . (close do alto) (em seguida, close de um dos pés de perfil)
Enquanto vai andando, o pé pisa em uma barata, esmagando-a, em seguida, pisa em uma lagartixa, esmagando-a também.
O pé atravessa um portão (continua close de perfil) esmagando várias folhas secas, sobe um degrau, passa por uma porta , batendo-a atrás de si.(aparece a porta inteira)

Cena 3

(Sala escura, close de um pé de frente, em seguida, de perfil)
O pé começa a andar, atravessa a sala, atravessa outra porta e pára na beirada de uma cama)

Cena 4

Uma pessoa dorme na cama (não aparece o rosto, somente o corpo coberto)
- Quem está ai? (pergunta a pessoa semi erguendo-se, sem mostrar o rosto)
Um olho verde vem do alto em sua direção.
-Ahhhhhhhh! (grita a pessoa) O pé esmaga o rosto da pessoa (pé visto do alto em cima da pessoa) (close da mão da pessoa debatendo-se, em seguida, os pés da pessoa, que devagar vão ficando imóveis até pararem totalmente).

Cena 5

Aparece a sola do pé toda manchada de sangue. No meio dela, um olho fechado que vai se abrindo devagar, com todos os muitos cílios molhados e escorrendo sangue.

1995

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Umas e Outras do Sem-Senso

Enquanto a próxima história pegajosa não começa, posto aqui algumas pérolas do nonsense que se fixaram na minha mente lebrística ao longo da minha adolescência no país das Maravillés:


"Quando faz calor de abafar,
E sorvete eu não posso tomar,
Tiro a pele como solução,
E dou uma de assombração"


Isso apareceu numa história em quadrinhos da Disney, acho que num gibi do Mickey. Ele liga a tv e aparece do nada um esqueleto cantando isso! Muito louco, nada a ver com nada, pelo que me lembro....kkkkkkk....nonsense puro.....

terça-feira, 19 de maio de 2009

PLUMCT, O ET - [ parte XVII - Final ]


Caros leitores, como vocês podem ler acima, o fim desta saga chegou! Então, vamos a ele:

Após os acontecimentos narrados no capítulo anterior, podemos continuar a dedução de Plumct sobre os demais acontecimentos da vida de sua amada Romicarla/Plaft:

O disquinho voador contendo a bebê meio-alienígena e o computador de bordo Fru-Fru cai numa parte desabitada do campus universitário de Ribeirão Preto, Brasil, Terra, e os dois ETs vão vivendo por lá, escondidos. Fru-Fru vai criando a garota como uma verdadeira mãe! Para arrumar dinheiro para a alimentação de ambos, faz alguns programas esporádicos com homens em alguns bordéis da cidade, chegando até mesmo a receber uma proposta de casamento, mas opta por não aceitá-la, pois seria muito complicado explicar sua origem e a da menina, que ele tinha como filha.

Logo que chegam à Terra, Fru-fru grava as informações sobre a origem de Plaft em um pen-drive, e o pendura no pescoço da menina, para que assim, caso algo acontecesse com sua pessoa, ela saberia sua origem. E, como já sabemos, foi realmente por meio desse pen-drive que Plumct conseguiu iniciar as investigações sobre ela.

Quando Plaft está mais ou menos com seis anos, Fru-Fru morre de um ataque cardíaco fulminante e repentino, deixando a pobre garotinha ao Deus-dará. Os acontecimentos então, se desenrolam como já sabemos, a cigana Aldira encontra a menina e blá blá blá.

Voltando ao Planeta Cuícaspanderosas, enquanto o disquinho voador viajava em direção à Terra, a Guerra dos Mundos tomava corpo e ia trucidando todos os habitantes do Cuícas. O planeta Nerrrd's, munido de um imenso arsenal bélico de ponta, consegue dominar os planetas ChocoShake e Coconut Rum, os mais poderosos em número de guerreiros da galáxia de Galak (muitos músculos e pouco cérebro) e os torna seus aliados.

Assim, juntos, os aliados invadem o Cuícaspanderosas e só poupam da morte um pequeno grupo formado pelos mais eminentes cientistas do planeta – entre eles, a Dra. Fufa. (A Dra. Juba fora decapitada junto aos demais funcionários do hospital, e sua amante vendedora de Avon já havia retornado à Terra, escapando do fio das espadas-laser decapitadoras dos invasores).

Mas, conforme dito anteriormente, o ineditismo dessa guerra marcou a História dos Mundos para sempre! O seu fim foi um fato inusitado para todos – invasores e invadidos! Quando os aliados liderados pelos Nerrrd's começam a impor sua tirania a aqueles cujas vidas foram poupadas a fim de se tornarem cientistas-escravos a favor da conquista de todo o universo conhecido pelos primeiros, eis que surge uma figura totalmente, absurdamente, parafernalicamente, indescritivelmente inusitada; inesperada, pensada inexistente, habitante dos pesadelos dos ETs leitores de HQs de todo o universo conhecido como a personificação do bicho-papão cósmico - medo esse, análogo aos dos terráqueos pelos Jason, Freddy Kruger, matadores da serra elétrica, máscaras brancas retorcidas pelos gritos, Samara do poço, espantalho-morcego devorador de olhos, e aliens melequentos que aterrorizam as tripulações de naves espaciais...............................ele...Galactus, o devorador de mundos!

Essa extraordinária entidade cósmica ancestral chega como quem não quer nada e....devora não somente o Cuícaspanderosas, mas toda a galáxia de Galak! Como se esta não passasse de uma suculenta barra de chocolate branco gordurosa!

E fim! Acabou a Guerra dos Mundos!

Agora, vocês me perguntam: Porque o ineditismo do fato?

Simples: Galactus sempre foi conhecido como um personagem das HQs da Marvel Comics, muito lido pelos ETs do mundo afora (embora a Marvel tenha sede na Terra), nunca pensado como um ser existente no mundo real, vivo e faminto! E sim! Ele existe! E devorou uma galáxia com todos os seus planetas em pose de cerejinhas do bolo!

E este foi o fim da Dra. Fufa Flop, mãe da amada de Plumct!

E, de volta ao presente....Plumct relata à Romicarla/Plaft, tudo o que descobriu sobre sua origem. Ela, feliz por saber ser meio-alienígena (por isso sua aparência excêntrica para os terráqueos), muito feliz por saber quem são seus verdadeiros pais, e feliz novamente por ter sido criada por seres maravilhosos como Fru-Fru e Aldira, e em paz consigo mesma, aceita viajar com Plumct pelo espaço sideral e, posteriormente, se tudo sair como planejado, irem juntos morar no planeta Arcádia, no Universo Desconhecido-deixando-de-o-sê-lo, numa bela casinha no campo........Fim!

terça-feira, 12 de maio de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XVI ]


Fru-Fru, tendo acabado de chegar de suas férias pós-recuperação cirúrgica num resort gay em Amalthea, um satélite Jupteriano bastante badalado, fica sabendo da viagem realizada às pressas pela Dra. Fufa. Preocupado pela falta de notícias dela - alardeada pela Dra. Juba, a traidora, o fiel secretário e computador de bordo começa a rastreá-la com seus sensores ultramegasuperpowerdrycleanpeluquerías originais! Os quais ele mantêm vivos e ativos sem nunca terem adoecido ou brochado, devido à sua dieta à base de oleaginosas orgânicas, queijos e cervejas artesanais importados diretamente de Cotswolds, Inglaterra, Terra - o paraíso dos gourmets de todo o Reino Unido Terráqueo!

Assim, com seus sensores tinindo, Fru-Fru descobre a Dra. Fufa em Ribeirão Preto, Brasil, Terra, em 1890, na fazenda de café, bêbada, fazendo sexo com o dono da fazenda!
Mais do que depressa, o eficiente secretário aciona remotamente o teletransportador e a traz de volta ao Planeta Cuícaspanderosas. No entanto, a médica chega com um pequeno problema causado durante sua reintegração molecular: seus cabelos, outrora azuis argênteo, na reintegração tornam-se verdes brilhantes, como as folhas dos pés de café de Ribeirão Preto! (em off: na verdade, havia em sua cabeça, uma frutuosa cabeleira de folhas de café no lugar de cabelos)

Após exatos cinco meses e quinze dias e meio da sua volta, a Dra. Fufa dá à luz uma linda garotinha de cabelos vermelho-esverdeados, a qual dá o nome de Plaft.

Oh! Oh! Oh! Grita Plumct! Debulhando-se em incontidas lágrimas de emoção! Minha amada Romicarla é realmente a filha desaparecida da Dra. Fufa Flop, minha conteplanetária varrida da História Oficial dos Mundos! Já deduzindo como e porque ela veio parar na Terra, exatamente no campus universitário de Ribeirão Preto, o qual, nos idos anos terráqueos de 1890, era a fazenda de café aonde ela fora concebida!

Eis abaixo, queridos e pacientes leitores, a dedução de Plumct, a qual, embora não esteja descrita nos Apocryphal Archives, está corretíssima, pois, parte dos acontecimentos envolve um grande guerra – que não foi banida da História Oficial dos Mundos – tamanha a sua atrocidade e ineditismo:

Logo após o nascimento de Plaft, a filha bastarda e mestiça da Dra. Fufa Flop, tem início a chamada Guerra dos Mundos, que envolveu todos os planetas da Galáxia de Galak pela posse do Planeta Cuícaspanderosas – devido à riqueza tecnológica do mesmo, capaz de, se abarcada por mãos do “mal”, dominar toda uma galáxia – sendo as consequências de tal ação, inimagináveis!

Tendo sido a guerra deflagrada pelo aparentemente introspectivo e circunspecto planetinha Nerrrd's, que queria dominar e possuir o Cuícaspanderosas e sua tecnologia avançada e popularíssima no Universo Conhecido e no Desconhecido-deixando-de-assim-sê-lo - acabou por envolver todos os demais planetas da Galáxia, uma vez que todos sentiram-se tentados e motivados a plagiar a iniciativa desse planeta até então obscuro.

Diante de tal beligerância, a Dra. Fufa coloca sua amada Plaft, acompanhada pelo fiel Fru-Fru, dentro de um pequeno disco voador e a envia para a Terra, direcionando o localizador geográfico para Fazenda de Café, Ribeirão Preto, Brasil, na esperança da criança ser encontrada pelo seu pai biológico. O que ninguém sabia era que o dispositivo máquina do tempo do disco estava desregulado (como estavam com muita pressa, não o levaram para uma revisão pré-viagem), o que fez com que chegassem na Terra nos anos setenta, os quais eram contemporâneos ao tempo presente do Cuícaspanderosas!

Em resumo: o papai fazendeiro da bebê alienígena já havia morrido há pelo menos uns sessenta anos terráqueos! (continua...)

domingo, 3 de maio de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XV ]


Pois bem, continuando nossa saga (que finalmente está chegando ao fim!), Plumct também continua firme no dossiê: as Dras. Fufa Flop e Juba Nula foram aperfeiçoando mais e mais as técnicas cirúrgicas desenvolvidas pela primeira, e elevaram a fama do planeta Cuícaspanderosas até o Universo Desconhecido, de onde veio um ser desconhecido de um planeta também desconhecido (depois disso, conhecido), solicitando uma consulta com as doutoras para posteriormente ser operado! Assim, as duas médicas entraram para a História Não-Oficial dos Universos como as precursoras do processo inicial do conhecimento do Universo Desconhecido; uma vez que os livros escolares oficiais de todos os planetas sobre a História dos Universos não as reconhecem como tal, pois, infelizmente, os seres com excesso de testosterona que imperavam e ainda imperam nos governos dos quatro cantos de todos os mundos não aceitam essa versão estrogênica da História, impondo como marco do processo inicial do conhecimento do Universo Desconhecido o convite de um clube de futebol de um planeta também desconhecido (depois disso, conhecido) deste Universo, ao famoso jogador terráqueo de futebol Pelé, para compor seu quadro de jogadores, despertando no Universo Conhecido, uma imensa curiosidade pelo Desconhecido...

Mas, independente da História e seus registros, naquela época (anos 1970 terráqueos) a fama das médicas levou a Faculdade de Medicina da cidade de Ribeirão Preto, a convidar a Dra. Fufa Flop para ministrar um workshop sobre suas famosas técnicas cirúrgicas, devido à imensa demanda terráquea pelas mesmas.

O convite, tendo sido feito “em cima da hora”, fez com que a médica resolvesse ir à Terra usando um teletransportador por ser mais rápido, e não o seu disco voador particular.

O teletransportador, para quem não sabe, só é usado em urgências e emergências, pois na reintegração molecular após a desintegração dos seres e objetos teletransportados podem ocorrer falhas preocupantes, principalmente nos seres vivos - um pé reintegrado no lugar de uma orelha jamais será um pé perfeito novamente e vice-versa, mesmo sob modernas cirurgias...

No dia de se teletransportar para a Terra, a Dra. Fufa Flop descobre que sua adorável Juba Nula estava traindo-a com a representante terráquea da Avon que vendia seus produtos todo mês para os funcionários do hospital. Mesmo transtornada com a descoberta, ela decide cumprir seu compromisso na Terra, mas, ao acionar o botão de localização geográfica no painel do teletransportador, ela tropeça na barra da sua calça boca-de-sino e aperta também, sem perceber, o botão de viagem no tempo.

Assim queridos leitores, a Dra. Fufa realmente se teletransporta para a calorenta cidade de Ribeirão Preto, mas para o ano de1890 do século XIX! Chega inteirinha, com tudo no lugar, no meio de um oceano de pés de café a perder de vista!

Sem entender aonde se encontrava, o que tinha acontecido e o que eram aqueles arbustos verdes ao seu redor, ela começa a caminhar em busca de ajuda. Após umas quatro horas de caminhada ela chega até a sede de uma Fazenda. Como estava carregando uma maleta, a despeito de suas estranhas vestimentas, confundem-na com a parteira (que foi abduzida no caminho, por isso não apareceu por lá!) chamada para fazer o parto de um dos filhos do dono da fazenda, cuja esposa já estava entrando em colapso.

Como cumpria seu dever médico acima de tudo, a Dra. Fufa realiza magistralmente o parto do belo varãozinho. O fazendeiro, tendo visto o parto difícil e demorado, o avançado das horas já enegrecendo o céu por completo, e, totalmente aturdido pela beleza alienígena e argêntea da “parteira”, convida-a para pernoitar na casa. Cansada, acabada e confusa, ela aceita de bom grado o convite, esforçando-se para entender o que estava fazendo naquela grande fazenda e não na Faculdade de Medicina, que era para onde ela havia direcionado o localizador geográfico do teletransportador.

Lá pelas tantas, após o jantar, o dono da fazenda oferece uma cachaça mineira para a Dra. Fufa. Ela, que nunca havia se embriagado, para afogar a mágoa da traição de sua amada Juba, embriaga-se pela primeira e única vez em sua vida. O cafeeiro, fascinado pela exótica “parteira”, e encorajado pelo álcool, faz-lhe a corte e acaba carregando-a para um dos quartos da casa, aonde passam a noite toda sob a mira das fofocas dos assustados empregados, que pensam tratar-se a “parteira”, de uma bruxa-índia* enfeitiçadora de fazendeiros, devido ao estranho brilho prateado que refulgia sob a porta do quarto em meio aos intensos e altos gemidos do homem. (continua...)

* Dizem as lendas rurais da época, ter sido formada a maior fazenda de café da cidade sobre um antigo cemitério indígena, aonde eram enterradas as índias flagradas dançando a “dança da seca” na temporada das chuvas, para assim, poderem trair seus maridos ao ar livre sem pegarem um resfriado – o qual se constituía na prova do adultério.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XIV ]

O planeta Sem Nome ou Maria-vai-com-as Outras (M-v-c-a-O), apesar de sua constante crise de identidade, conseguiu produzir algumas personalidades interessantes que contribuíram para o bem do universo conhecido e para o seu próprio bem, é claro. Um exemplo é o indianista Glúteo Plúmbeo, que descobriu com quantos paus se faz uma canoa, ajudando assim, o imenso contingente de nativos sem etnia definida que, com sua descoberta, puderam atravessar com canoas os profundos e extensos rios de todo o planeta para viajarem até as cidades a fim de comprarem alimentos e assim não morrerem de fome, pois nas florestas tudo que podia ser comido já havia sido devorado. Outro exemplo da inteligência dos Inomináveis (os habitantes do Sem Nome ou M-v-c-a-O ), foi o caso da costureira Jamba Tamba, que colocou a primeira dama do planeta numa tremenda sai justa confeccionada para um jantar no palácio do governo. Durante o tempo que passou na prisão por causa do episódio, patenteou a expressão “saia justa” e tornou-se uma milionária, ganhando royalties pelo uso da mesma, que popularizou-se em todo o universo conhecido. Acreditem ou não, neste exato momento ela acaba de ganhar algumas “verdinhas” pelo uso da expressão, aqui, neste relato!

Mas, contudo, a habitante mais eminente e que mais contribuiu para o bem geral do universo conhecido - desta vez por meio da ciência; e, no entanto, totalmente desconhecida no seu próprio planeta, é a Dra. Fufa Flop! Felizmente, todo o universo conhecido que possui vida inteligente e avançada a conhece, sendo desconhecida somente no seu planeta Natal e em alguns outros poucos planetas atrasados, entre eles, a Terra, mas no caso deste, já é uma outra história...e por outros motivos....

Pois bem, vamos voltar um pouco no tempo: a Dra. Fufa Flop era uma grande médica e cientista que realizou a primeira cirurgia de redesignação sexual do universo conhecido. Seu primeiro paciente, cuja cirurgia foi um sucesso, foi seu computador de bordo e secretário particular Fru-Fru. Ele nasceu com a genitália típica do sexo masculino, no entanto, seu cérebro era feminino. Assim, quando as pesquisas e técnicas cirúrgicas da cientista estavam muito avançadas e prontas para serem aplicadas, Fru-Fru quis se submeter às mesmas.

A técnica, sendo um sucesso, elevou o nome da médica à celebridade planetária e interplanetária. Ela chegou a realizar mais de uma centena de intervenções cirúrgicas. Vários habitantes de planetas vizinhos, bem como habitantes do seu próprio planeta se submeteram às cirurgias, que resultaram em grande satisfação para todos.

Mesmo sob toda a felicidade da nação planetária e até mesmo de quase toda a Via Láctea, ele foi enviada para o exílio em outro planeta. O grande problema que ocasionou sua deportação para o planeta Cuícaspanderosas na Galáxia de Galak, foi a inevitável aproximação do Sem Nome ou M-v-c-a-O com o planeta Pope, na Galáxia de Nocativa (sim, o Sem Nome ou M-v-c-a-O de vez em quando sai de sua própria galáxia!).

Esse planeta é muito conhecido por seu atraso tecnológico, bem como psicológico e comportamental, sendo bastante retrógrado, preconceituoso, hipócrita e extremista religioso. Assim, devido à tal aproximação, as características do Pope foram absorvidas pelo Sem Nome durante dezenas de anos, fato que tornou quase todos os seus habitantes retrógrados, preconceituosos, hipócritas e extremistas religiosos - sendo terminantemente proibida então, a tal cirurgia de redesignação sexual, e deportada a sua criadora, bem como sua companheira (sim, ela era lésbica!) e assistente, a Dra. Juba Nula. Sendo também, destruídos todos os vestígios da existência das duas médicas e de toda a sua obra científica, restando somente – trancado a sete chaves, o dossiê histórico publicado nos Apocryphal Archives.

Mas, caros amigos, não subestimem a inteligência da Inominável mais inteligente do planeta Sem Nome! Ela possuía backup de todos os seus documentos, relatórios e arquivos médicos numa poderosa mídia que dura centenas de anos e não é detectada pelos detectores de metal: o papel!

Assim, as duas cientistas, acompanhadas pelo fiel Fru-Fru, continuaram suas pesquisas no planeta Cuícaspanderosas, conhecido por seu alto grau de desenvolvimento científico e tecnológico, e sem extremistas religiosos...porém, mais gelado que a Sibéria. (continua...)

quarta-feira, 15 de abril de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XIII ]


Plumct e Romicarla iniciam um ardente e promissor romance. O ET, ao cabo de alguns poucos dias se muda para cabana de barro em cima da árvore. Bubucutú vai sempre visitá-los, e recebe a promessa de ser padrinho do primeiro filho do casal.

Plumct, muito intrigado e curioso a respeito da origem de sua companheira, com o consentimento da mesma e após a lua-de-mel, começa a investigar o tal pen-drive misterioso. As informações contidas no mesmo encontram-se bastante danificadas, mas o ET consegue descobrir que elas estavam codificadas num antigo dialeto do seu planeta natal! O Planeta Sem Nome ou Maria-vai-com-as-Outras! Que incrível coincidência!

Após alguns dias de pesquisa, ele consegue decifrar mais algumas informações além da frase que Romicarla já havia entendido:

Médica continua pesquisas no exílio
Gugu-dadá
Cirurgia de mudança de sexo
Pope is pop
Pandeiro e samba no pé
Devorar pizzas
I love you

Com essas importantes informações, nosso ET inicia uma série de buscas nas bases de dados intergalácticas (Intergalactic Databases – with Full Text), às quais possui acesso no seu disco voador. Essas bases constituem-se num imenso conglomerado de todos os bancos de dados dos universos conhecido e desconhecido, que abragem exaustivamente todas as informações em todas as áreas do Conhecimento e do Desconhecimento * .

Infelizmente nenhum terráqueo-humano tem acesso a elas, pois somente terráqueos não-humanos conseguem obter sua senha de acesso ao nascer. Esses terráqueos não-humanos que podem acessá-las são os cães e gatos do planeta todo. Os estudiosos poderosos que conceberam e alimentam continuamente as bases decidiram que os terráqueos-humanos só receberiam as senhas depois de deixarem de ser corruptos, preconceituosos e infantis.

Um exemplo de preconceito terráqueo-humano com bastante repercussão pelo universo afora, e que até o momento permanece inalterado, é a não-participação de alienígenas nos concursos de Miss Universo realizados na Terra. Várias aliens dos mais diversos e distantes planetas se inscreveram e tiveram suas participações vetadas por anos a fio.
Tal preconceito causa há muito tempo bastante revolta em todo o universo, pois, já que não são aceitas fêmeas extraterrestres, porque o nome de Miss Universo e não Miss Terra?

A despeito das críticas recebidas, os terráqueos-humanos, achando-se os mais morfologicamente belos do Universo, continuam insistindo em tal denominação para esse concurso, e também, no veto às inscrições das belas extraterrestres! Eles continuaram resistentes até mesmo após a UGC e outras instituições intergalácticas realizarem maciças campanhas de protesto e moções de repúdio a esse abominável comportamento.

Assim, essas e outras atitudes preconceituosas fizeram surgir a norma proibitiva para o fornecimento da senha para os terráqueos-humanos. E, apesar desta estar em vigor há pelo menos dez mil anos, de uns cinco mil e duzentos anos pra cá, tem surgido muita violência na Terra por sua conta, pois vários seres humanos vem tentando subornar seus gatinhos e cachorrinhos para obterem a senha, dando-lhes comidinhas diferentes, roupinhas da moda, etc. e tal; mas, até hoje, nenhum desses animaizinhos cedeu, mesmo sob tais subornos e torturas - em alguns casos extremos. Esse extremismo acabou acarretando a morte de alguns humanos, pois alguns cãezinhos pitbulls mais nervosos e inconformados com as torturas a que foram submetidos para abrirem o bico, acabaram por matar seu donos.

Mas, mesmo com essas ocorrências, os poderosos cientistas criadores das bases não liberaram a senha, pois, de acordo com as estatísticas da violência cães e gatos X humanos em busca da senha, os episódios violentos com morte ainda são baixos segundo os critérios de catástrofes e afins, preconizados pelo “Handbook of the rational use of intergalactic databases – 458 ed.” , os quais não geraram consequências extra-terrestres...por enquanto.

Plumct então, munido de sua senha, após dias de incessantes buscas nas bases de dados com as palavras-chave, descobre nos “Apocryphal Archives”, os quais ele abre utilizando seu código oficial de ET abdutor ainda válido, um longo dossiê secreto sobre uma tal de Dra. Fufa Flop, médica e cientista conteplanetária dele! Que coincidência! A qual foi exilada no planeta Cuícaspanderosas, da Galáxia de Galak, e, pasmem...!

A tal cientista teve uma filha cujo paradeiro é desconhecido desde a destruição do Planeta Cuícaspanderosas na Guerra dos Mundos, que envolveu todos os planetas da Galáxia de Galak!

Oh! Pensa Plumct juntando as mãos. Minha amada seria a filha da Dra. Fufa Flop?!!!! E, furiosamente continua a ler o dossiê! (continua...)

* Desconhecimento é o estudo parenético sobre as falácias científicas do universo conhecido e do desconhecido, a fim de se antecipar todas as possibilidades possíveis de contra-argumentos a favor das mesmas, à la Padre Vieira.

sábado, 28 de março de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XII ]

Numa linda noite de luar, com estrelas mais brilhantes do que nunca, fresca como os dias de outono, Plumct e Bubucutú conversavam e comiam alegremente um suculento churrasquinho de gato na caverninha - agora, lar dos dois inseparáveis amigos, quando, de repente, Bubu, de dentro do disco voador, começa a enviar torpedos no celular do ET, pedindo urgentemente a sua presença.

Plumct e Bubucutú vão rapidamente até o disco, que se encontrava estacionado ali nas imediações, escondido pela bolha da invisibilidade e protegido pelo sensor anti-choque, não causando assim, nenhum transtorno na cidade.

Lá, Bubu explica que o seu super-radar de sobrevivência intergaláctica searcheralienslife detectou uma presença alienígena estranha muito próxima de onde eles estavam, não indexada em nenhuma base de dados dos universos conhecido e desconhecido, fato bastante estranho e possivelmente preocupante.

Seguindo os sinais do radar, Plumct e Bubucutú chegam até o campus da cidade universitária no final da Avenida do Café. Próximo à floresta do campus os sinais se intensificam, mas, mesmo usando seu super-óculos de luz de cristal de sal do Himalaia para exploração de buracos negros, o ET não encontra o tal alienígena não catalogado.

De repente, caminhando sobre os trilhos remanescentes da antiga estrada de ferro Mogiana que atravessava a Fazenda Monte Alegre (atual campus universitário), e sob a radiante luz do luar, Plumct vislumbra deslumbrado, uma figura feminina vindo em sua direção.

O coração do ET dispara em pulos descoordenados frente à onírica fêmea, que sorri para ele. Bubucutú também abre um lindo sorriso desdentado e pergunta a Plumct: “É sua irmã?” Plumct responde “Não!” e desaba, inconsciente. Enquanto o sinal do radar dispara incontrolavelmente.

Umas três horas depois, Plumct acorda. “Aonde estou?”, “Quem sou eu?”, pergunta o ET, dando de cara com Bubucutú a sorrir-lhe e com a fêmea desconhecida olhando-o com uma encantadora e sedutora ternura feminina. Olhando ao redor, ele percebe que está dentro de uma pequena cabana de barro, deitado numa cama de folhas de bananeiras, aparentemente no alto de uma árvore.

Nem será preciso dizer que Plumct e a fêmea misteriosa apaixonaram-se, não?!

Pois bem, foi isso mesmo que aconteceu – foi amor à primeira vista!

A fêmea e Plumct conversaram até o amanhecer, ansiosos por se conhecerem melhor (trocando alguns beijos entre uma conversa e outra), enquanto Bubucutú roncava a plenos pulmões, nariz e boca, deitado na rede pendurada na entrada da cabana...que sim! Acreditem se quiserem, ficava no alto de uma grande, copada e densa árvore! Em pleno campus universitário! Claro que numa parte pouco explorada do mesmo...

Voltando ao casal de pombinhos apaixonados, ops, de ETs (?) apaixonados; a conversa entre os dois revelou o seguinte sobre a fêmea aparentemente, talvez, uma ET?

Vamos lá:

Seu nome era Romicarla, atribuído por sua mãe adotiva, a cigana Aldira, que a criou desde os seus seis ou sete anos de idade (mais ou menos), quando encontrou-a suja, faminta e sozinha vagando por aquelas bandas pouco habitadas do campus.

Aldira havia morrido há alguns poucos anos, ficando Romicarla a morar sozinha na cabana em que foi criada pela cigana. Para proteger-se, já que agora estava só, com a ajuda do pen-drive que possuía pendurado no pescoço desde que se conhecia por gente, conseguiu levar a cabana para o alto da grande árvore (não me perguntem como, só sei que o tal pen-drive possuía alguns poderes “meio” paranormais....segundo ela ).

O tal pen-drive também, às vezes, quando ela apertava alguns dos minúsculos botões que existiam na sua lateral, dizia algumas palavras estranhas. Romicarla conseguiu entender (ela não sabe como!) as que relatou a Plumct:

“Plaft, nunca esqueça sua origem mestiça, porém, seu sangue alienígena sempre será mais forte! Com amor, Fru-Fru!” (continua...)

terça-feira, 17 de março de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XI ]

Plumct segue o homem das cavernas até a sua casa no meio da mata, que, obviamente, é uma caverna. Na verdade, uma caverninha, pois é uma pequena reentrância numa parede de pedra de apenas um...digamos, cômodo, bem pequena mesmo. Ela estava bem escondida por umas moitas altas e uma grande árvore, localizada rente à sua entrada.

O ET esconde-se atrás de um denso arvoredo e fica algum tempo a observar o inusitado brucutu ribeirãopretense. Viu-o assar e devorar em segundos um lindo leitãozinho seguido de uma galinha magra, numa espécie de churrasqueira improvisada com pedras. Plumct vibra! O homem conhece o fogo! E também sabe cozinhar! Viu-o também beber água proveniente de...uma garrafa de cerveja! Seria alcóolatra? Anota tudo em sua caderneta e continua atento em sua observação.

Em seguida, o brucutu deita-se na porta da caverna e não dentro desta (provavelmente por causa do calor!) e tira um bom cochilo.

Não aguentando de curiosidade, Plumct resolve aproximar-se mais. Pé ante pé, camuflado de moita, ele senta-se bem na frente do selvagem e observa-o como um terráqueo observaria um ET...quase em transe.

Como o nosso amigo ET é um ET, diferente de nós, simples terráqueos humanos, ele possui alguns, digamos, “dons” desconhecidos da ciência terráquea humana e, apesar de estar se tornando humano, demasiado humano, ele ainda é um ET, morfologicamente falando!

Assim, facilmente Plumct consegue se comunicar com a mente do homem das cavernas por meio de minimicro-ondas cerebrais e periféricas telepáticas e descobrir quase tudo sobre ele:

-Ele é remanescente de uma tribo de homens das cavernas do período mesolítico que habitou a região, conhecidos cientificamente como Homo heidelbergensis. Todos os seus parentes morreram, mas ele acredita que deva existir mais alguns espalhados por ai, que se aventuraram há muito tempo para longe dos limites da tribo.

-Ele atira pedras nos carros de vez em quando porque, segundo deduziu o ET, pensa ser os veículos, dinossauros com rodas (ele conhecia a roda!) e, como eram grandes, dariam um bom estoque de alimento para o inverno.

Como ele continuava vivo até hj, Plumct não conseguiu descobrir, mas soube que às vezes, o cavernoso homem dava umas voltas pela cidade à procura de algum parente seu, pois sentia-se muito só, passando desapercebido por todos, não sendo importunado por ninguém, nem mesmo pela polícia, pois provavelmente tomavam-no por um mendigo qualquer (dedução do ET, novamente).

Plumct, por meio de uma tecnologia de ponta muito utilizada pelos ETs abdutores, as chamadas micro-nano-ondas de rádios amadores extraterrestres que circulam na atmosfera terrestre clandestinamente a fim de induzir os seres humanos passíveis de indução a determinadas ações; ele consegue ganhar a confiança do último homem das cavernas existente na Terra, e tornar-se seu único amigo.

Como Robinson Crusoé tinha seu amigo Sexta-Feira, Dom Quixote, o seu escudeiro Sancho Pança, Plumct tinha agora seu novo amigo e escudeiro homem das cavernas, o qual foi batizado pelo ET, de Bubucutú, em homenagem a seu outro fiel amigo e computador de bordo, Bubu.

Assim, Plumct e Bubucutú começaram a circular juntos pela cidade e arredores. Eram facilmente encontrados tomando uma cervejinha no Bar do Zé, comendo uma porção de salame no Empório Brasília, curtindo as baladas do Sarandy em Jurucê, e azarando a mulherada pelos bares, boites e bordéis.

Apesar do achado que foi Bubucutú, Plumct sentia que Ribeirão Preto ainda escondia mais um segredo! E, mesmo entre farras e noitadas, ele estava atento aos “sinais”. (continua)

segunda-feira, 9 de março de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte X ]

Plumct chega à Ribeirão Preto numa noite muito quente, na qual perde suas botas, que ficam grudadas no asfalto ainda derretido pelo sol, apesar da lua já sorrir no céu há muitas horas. Antes de qualquer atitude, para refrescar-se, ele dá uma passadinha no bar Pinguim, localizado no centro da cidade e toma alguns choppes, pois afinal, ele estava lá para adquirir sabedoria, e nada melhor do que começar seu aprendizado conhecendo o chopp universalmente famoso da cidade.

Em seguida parte em busca de Insector Sun – o guardião da Terra, aquele que será agora, o seu mestre!

Após algumas indagações, o ET consegue descobrir as locações dos filmes do herói, e faz amizade com um figurante de uma das filmagens, que por acaso estava passando por lá e foi reconhecido por Plumct, que assistiu a todos os filmes do Insector. O figurante lhe indica, após horas de conversa até conseguir convencê-lo de que era um alienígena do bem, a casa de Insector Sun.

Chegando lá, o herói não se encontra no momento. Sua mãe informa que ele partiu para um lugar secreto em missão secreta, os quais ela não poderia informar por serem secretos.
Plumct fica bastante frustrado, perdido mesmo, sem saber o que fazer, mas acaba aceitando o fato, afinal, Insector Sun era um super-herói, e heróis estão sempre ocupados salvando a Terra.

Nosso ET então, resolve explorar a cidade, pois, se um herói guardião da Terra a tem como lar, algo de extraordinário deve existir por lá! Ou nao...

Plumct começa sua exploração visitando os pontos turísticos de Ribeirão Preto. Visita o Museu de Arte, para o qual doa um auto-retrato em aquarela, toma um banho de cachoeira no Parque Curupira, visita o Teatro Pedro II, aonde aproveita para levar um pedaço do teto para decorar o seu disco voador, pois é fanático pela obra da Tomie Ohtake. Dorme uma noite deliciosamente refrescante no Teatro de Arena, escala o Edfício Marmitão na Av. Santa Luzia e caminha sobre os paralelepípedos da Av. Nove de Julho, levando alguns escorregões de vez em quando, o que atrapalha um pouco o trânsito na região.

O ET aproveita também, para ferver e relaxar em algumas baladinhas famosas da cidade. Dança até cair no Tutu Rádio, faz vários contatos interessantes no Gay Square, que compreende o quadrilátero formado pelas ruas General Osório, Marechal Deodoro, Duque de Caxias e Sete de Setembro, na região central da cidade, que possui bares e boites gls charmosos. Bate altos papos e faz novamente mais contatos interessantes na balada entre-amigos GiGiGi. Depois cai na dança de novo no Bronze Night Club, ao som do Sun Walk & Dog Brothers, uma banda de Blues ribeirãopretana.

Plumct curte horrores na cidade, sentindo-se cada vez mais humano, demasiadamente humano, bem longe daquele ET abdutor e sedutor que era.

Dá mais umas voltas pela região central, toma um café expresso na Cafeteria A Única, mas ainda nada de sobrenatural encontra; até que, caminhando pela Avenida do Café, em direção ao Museu do Café - para onde pretende ir degustar um gole do famoso Bourbon; próximo ao final da mesma, aonde existe uma pequena mata que a margeia, eis que surge desta, um homem das cavernas! Em todo o seu esplendor!

A visão de tal ser, primitivo, feroz, descabelado e congelado no tempo, fascina Plumct!

O homem das cavernas atirava enormes pedras na avenida, tentando acertar alguns carros que passavam. Por sorte, não acerta nenhum! Solta alguns grunhidos aparentemente de raiva e volta para a mata com sua clava já bastante gasta pelo tempo apoiada no ombro.

O ET, paralisado de emoção, sente sua veia de arqueólogo terráqueo pulsar, e começa a seguir o brucutu ancestral mata adentro. (continua...)

sábado, 14 de fevereiro de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte IX ]

De volta ao lar, à Terra - agora novamente possuída de livre-arbítrio, Plumct encerra a reunião com os assessores dos políticos, cancelando sua futura candidatura à presidência de algum país terráqueo. Sob muitos protestos, ele sai de cena e desaparece da vista de todos, até dos que trabalhavam com ele em suas aulas de sedução para terráqueos heterossexuais nerds e terráqueas homossexuais nerds.

As duas lunáticas, acompanhando Plumct na reunião, aproveitam a presença dos vários terráqueos do sexo masculino dentro de ternos chiques, reunidos no mesmo recinto, para caçar; saindo cada uma com um deles à tiracolo, direto para o motel mais próximo e mais caro, pois Plumct agora, já era passado para elas e vice-versa.

O ET, após esses três anos de viagens espaciais, sente que algo mudou dentro dele. Após esse período de muita farra e muito sexo sem compromisso de abdução e muito menos de sedução, ele se sente satisfeito, mas cansado, envelhecido e sem objetivos. Nem suas aulas em prol do bem da humanidade o empolgam mais, e ele desiste das mesmas definitivamente, provocando com isso, grande revolta em todo o público alvo do seu curso.

As associações de lésbicas do planeta todo retiram de Plumct o título de Patrono das mesmas, os nerds estadunidenses colocam na internet fotos bizarras do ET – obviamente montadas por eles para desmoralizarem-no e etc. mundo afora, de Norte a Sul, Leste a Oeste. Mas Plumct não se abala, sua decisão estava tomada e ponto final! Afinal, ele estava seguindo seu coração!

O lado humano de Plumct encontra-se cada vez mais à flor da pele, e ele sente que algo dentro dele está pedindo algum outro “algo”! Mas o quê? Indaga-se ele! Depois de muito pensar ele decide fazer uma peregrinação pela Terra a fim de encontrar esse outro “algo” – seja ele o que for!

Após alguns meses de caminhada, com uma mochila nas costas, um cajado na mão, óculos escuro “gatinho” - lembrança das lunáticas, e um chapéu de cowboy (presente do único ser do mesmo sexo que Plumct abduziu e seduziu), ele toma conhecimento de um super herói residente na cidade de Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo, no país tropical Brasil, na América do Sul, conhecido como Insector Sun. Como esse herói não era muito divulgado pelo planeta afora, diferente dos heróis carne-de-vaca, tipo super-homem, batman, homem de ferro, mulher maravilha, homem-aranha e bugiganga que o valha (com todo respeito pelo heroísmo quase secular deles), sobre os quais todo mundo já sabia tudo, Plumct sente um grande desejo de conhecê-lo para tentar aprender “algo” novo com ele.

Poderia ser isso o “algo” que ele sentia estar faltando em sua vida?

Assim, nosso ET parte para Ribeirão Preto, "a cidade aonde o sol derrete até o asfalto" **, para conhecer Insector Sun – o guardião da Terra! (continua...)


* * frase de Christiano Silva (Kri Lee), criador do Insector Sun

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte VIII ]


Plumct constata estupefato, que na Terra a reprise ainda não tinha terminado! Consequentemente, ele não poderia retomar suas atividades, pois todo o planeta estava vivendo há três anos atrás, segundo as contas que fez, calculando x+y=00+101001100101010101010000111000101 = ... – cálculo ensinado pelo grande vidente e chefe da defesa civil mercuriana com quem Plumct fez alguns treinamentos no início de sua carreira como ET abdutor e sedutor.

Vagando pelos lugares que costumava frequentar, o ET pôde assistir aos episódios da sua vida que aconteceram no passado se repetindo, porém, sem a sua presença! Viu várias das suas abduzidas e seduzidas sendo abduzidas e seduzidas por ele mesmo, porém, sem ele! Nessa reprise, todos os seus atos dos últimos três anos estavam sendo reprisados, porém, sem ele! Era como se atores contracenassem numa peça ou filme com um ator invisível!

A constatação desse esdrúxulo fenômeno deixa Plumct bastante abalado, o que desencadeia nele alguns ataques de mini-pânico. Desnorteado e sem poder consultar um psiquiatra e um psicólogo comportamental, nosso ET resolve deixar a Terra até que a mesma volte para o instante em que estava antes do tremor. Sem pensar duas vezes, faz uma revisão no seu disco voador e se joga no universo!

Após perder-se várias vezes pelo universo conhecido, pois já havia um bom tempo que ele não fazia viagens interplanetárias e algumas rotas espacias haviam sido alteradas pelo departamento de trânsito intergaláctico, Plumct encontra o paradisíaco, minúsculo e distante planeta Oásis, situado no limiar do universo desconhecido, aonde conhece algumas lunáticas compradas pelo ditador desse planeta para serem suas escravas domésticas e sexuais.

Nos hotéis baratos do mercado de pulgas de Oásis, Plumct abduz e seduz duas dessas lunáticas, acabando por sequestrá-las e levá-las consigo em seu disco voador num momento de mini-pânico! No entanto, isso ocorreu para felicidade das mesmas, que estavam exaustas de servir ao balofo ditador oasiano, que todo dia as obrigava a participar das festas na sede do governo, regadas a cerveja, churrasco e pagode – comportamento adotado por meio do benchmarking realizado em uma viagem de negócios pelo país terráqueo Brasil empreendida pelo ministro do turismo oasiano, que queria incentivar a visitação turística ao planeta.

Plumct então, vai vivendo nestes três anos que ainda restam para terminar a reprise na Terra, viajando de planeta em planeta, de estrela em estrela, de satélite em satélite, na companhia das duas lunáticas que se tornam suas amantes e amantes uma da outra.

Até que, um dia, Bubu, o computador de bordo (fêmea) do disco voador de Plumct, programado para avisar quando os três anos da reprise terráquea terminassem, berra o alarme de aviso: FIM DA REPRISE TERRÁQUEAAAAA! VAMOS PRA CAAAAASA! CABELOS, DEPILAÇÃO, UNHAS, SILICONE e LIPOOOO FINALMENTEEEEE! E segue rebolando disco adentro. (continua...)

PS. todo cosmonauta que se preze (seja ele um ET ou não) tem como melhor amigo, conselheiro e co-piloto, um computador de bordo temperamental (macho ou fêmea, tanto faz). Assim, antes de começar a viagem de espera pelo fim da reprise na Terra, Plumct passa pelo planeta Hercólubus, cuja reprise tinha durado somente 393 dias e 3 horas e meia, e manda consertar o seu computador de bordo temperamental Bubu (que estava quebrado há anos, pois Plumct havia fixado residência na Terra e largou mão de seu companheiro, amigo e co-piloto).

PS1: computador de bordo é a raça do bicho, devido a isso, sendo macho ou fêmea sempre se referem a eles no masculino.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [parte VII]


O planeta natal de Plumct, chamado de Sem-Nome ou Planeta Maria-vai-com-as-outras, é um planeta mutante, em constante crise de identidade – único em todo o universo conhecido! De tempos em tempos, ele absorve as características de algum planeta inteiro, ou de parte de algum outro – podendo as duas coisas acontecerem simultaneamente em localidades diferentes.

A intensidade da crise do Sem-Nome ou Maria-vai-com-as-outras é proporcional à sua proximidade com o planeta desencadeador da mesma, bem como a uma série de outros pequenos fatores extremamente científicos e complicadíssimos, quase sobrenaturais, os quais não explicarei aqui.

Na época da adolescência de Plumct, a crise de seu planeta foi a absorção da cultura estadunidense do planeta Terra. Essa fase tornou-se muito problemática para o ET, devido ao fato de sua personalidade ter absorvido as características de um estudante nerd dos anos 1980.

Por aí, pode-se imaginar como Plumct sofreu na escola com as humilhações a que foi submetido por seus colegas, tipo Carrie, a estranha, e tantos outros filmes que relatam o sofrimento dos estudantes nerds estadunidenses.

Voltando à reprise causada pelo tremor de tempo, durante toda a sua duração, Plumct teve que re-viver essa sua adolescência de nerd terráqueo estadunidense sem poder mudar uma vírgula da mesma; e sem poder usar a experiência que adquiriu posteriormente à essa época, abduzindo e seduzindo terráqueas das mais diversas nacionalidades. Pobre Plumct!

E assim foi continuando a reprise...tanto no planeta Sem-Nome ou Maria-vai-com-as-outras, quanto nos demais planetas atingidos pelo tremor de tempo.
O universo conhecido entra num imenso colapso tempo-espacial e quase implode, num big bang às avessas! Mas o “quase” se mantém extático, e nada acontece além da reprise coletiva.

Mas, depois dos tempos específicos de duração do retorno ao passado de cada planeta, uma a uma, as reprises vão terminando, e com isso vem as consequências imediatas e desastrosas da reinstalação do livre-arbítrio repentino – aonde as pessoas deixam de ser robôs de suas próprias vidas e começam a escrever uma nova história.

Os incidentes e acidentes relatados nos Anais... são bastante parecidos aos narrados por Vonnegut durante o primeiro tremor: pessoas sendo atropeladas por carros desgovernados, aviões voando sem saber aonde aterrissar, seres viventes parados sem saber o que fazer ou para onde ir, e demais ocorrências do tipo (dependendo do planeta, claro!). Tudo isso devido aos seres vivos dos planetas atingidos pelo tremor terem esquecido o livre-arbítrio de realizar suas ações durante a reprise - aonde todos viveram no “piloto automático” (termo usado por Vonnegut para ilustrar esse fenômeno, cujo cessamento repentino foi cunhado por ele de Apatia Pós-Tremor – APT, e adotado unanimemente pelos cientistas que estudaram este segundo tremor de tempo).

A volta de Plumct ao instante em que se encontrava no momento do tremor não foi diferente. Viu-se sentado e de boca aberta, numa mesa de reuniões lotada de papéis, sobre a qual o prefeito da cidade terráquea aonde ele havia se reunido com os políticos e seus assessores, fazia sexo com a moça encarregada das fotocópias, completamente nus.

Até Plumct perceber que já estava novamente possuído de livre-arbítrio, durante um bom tempo presenciou didaticamente o empenho do casal em praticar várias acrobacias sobre a mesa, a despeito da sua boquiaberta e alienígena presença, pois os dois ainda encontravam-se no piloto-automático. (continua...)

sábado, 24 de janeiro de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [parte VI]

Plumct, tendo sido reconhecido mundialmente na Terra pelo seu trabalho social, é aconselhado por alguns políticos terráqueos a candidatar-se à presidência de algum país do planeta.

Preocupado com o conselho recebido, Plumct convoca uma reunião com os políticos terráqueos e seus inúmeros assessores para discutirem o assunto numa linda manhã de um dia terráqueo como outro qualquer.

Toda a raça humana nesta linda manhã encontra-se ocupada com seus afazeres cotidianos e demoram a perceber o grande tremor de tempo que leva todo o universo conhecido ao passado.

Pelo menos, é isso que os cientistas terráqueos e os de outros planetas relatam após a volta do universo ao tempo em que este se encontrava antes do tremor, no periódico de circulação intergaláctica Anais Histórico e Científico do Universo Conhecido.

Antes disso, o primeiro tremor de tempo que se teve conhecimento, conforme relatado na obra Timequake, de Kurt Vonnegut, aconteceu na Terra no dia 13 de fevereiro de 2001, aonde o tempo voltou 10 anos para trás, exatamente para o dia 17 de fevereiro de 1991. Obrigando todos os terráqueos a fazerem tudo o que já tinham feito em suas vidas – exatamente igual. Literalmente, viveram - sem que nada pudesse ser mudado - uma reprise de suas vidas.

Segundo Vonnegut, “Só quando as pessoas voltaram ao instante em que o tremor de tempo as atingiu, foi que pararam de ser robôs dos seus passados”.

Agora, no novo tremor - de muito alta intensidade - segundo a Escala de Intensidade de Tremor de Tempo (formulada pelos terráqueos estadunidenses após o término do mesmo) a abrangência da reprise, até onde se sabe, expandiu-se para outros planetas do universo conhecido, incluindo, além da Terra, também o planeta natal de Plumct!

Assim, pelo que se entendeu após muitas pesquisas (publicadas exaustivamente e na íntegra no já citado Anais...) em conjunto com outros planetas que ousaram mostrar suas caras alienígenas - mesmo que disfarçados e hospedados secretamente na NASA; foi que cada planeta do universo conhecido atingido pelo tremor de tempo voltou um número específico de anos para trás. A Terra, por exemplo, voltou ao passado somente sete anos; Júpiter, quinze anos; Cotton Saturn, onze anos e meio, e etc. para os demais planetas atingidos.

Já o planeta de Plumct, conhecido como o Planeta Sem-Nome, ou o Planeta Maria-vai-com-as-outras, voltou ao passado sabe-se lá quantos anos! Só sabemos que voltou ao tempo da adolescência de Plumct - algo, em relação à adolescência terráquea, semelhante às idades de 14 aos 18 anos.

Assim sendo, nosso querido ET foi arremessado, ou melhor, sugado de volta ao seu planeta natal – sendo obrigado a reviver toda a sua problemática adolescência...tendo que deixar para o fim da reprise sua candidatura à presidência de algum país da Terra. (continua...)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

O protagonista - esclarecimentos

Queridos leitores,


Eu gostaria de fazer alguns comentários sobre nosso querido ET, Plumct!


Eu e Maga, essa linda lebre malhada duplamente (pelo malhado e malhada de academia) tivemos conhecimento da existência desse ET abdutor/sedutor de fontes seríssimas (um "homem de preto" da CIA que por acaso foi meu amante em 199999999....), assim, resolvemos re-construir, por meio das informações do meu "Men in Black Lover" a vida na Terra desse lendário ET, cuja história não foi divulgada pela mídia terráquea por motivos óbvios.


Assim, quebrando esse jejum secular de informação, estamos aqui, deixando ao alcance de todos os leitores da Terra que falem português (para o "the rest of the world", usem tradutores, please) a magnífica saga de PLUMCT, O ET. (aplausos, aplausos, obrigada, obrigada!)
Bem, finalizando, tenham paciência, logo Maga postará a parte VI.


Beijos a todos!
XICA MORENA (colaboradora da Maga)

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [parte V]


De volta ao mundo real, após o fim de semana na praia, Plumct retomou o problema de saber quem ele era. Sentia que o papel de terráqueo da raça humana canalha heterossexual lhe caía muito bem; no entanto, ele era um alienígena - pelo menos em sua forma material e original.

O que fazer? Quem ele era agora? O que ele era? Para onde deveria ir?

Após várias sessões com um psicólogo comportamental, Plumct resolve assumir o papel que melhor lhe cabia no momento, e no qual ele se sentia mais ele mesmo e mais à vontade no seu “estar no mundo”....

Nem é preciso escrevê-lo, não? (caso queiram ler com todas as letras, “preto no branco”, leiam a parte em negrito do primeiro parágrafo, mais acima...)

E assim, nosso querido ET começou uma nova vida. Passou a conquistar humanamente e canalhamente todas as mulheres que lhe atraíam. Tornou-se um competente Don Juan, um amante de primeira, que devastava a vida amorosa de muitas terráqueas – desde as carentes e inexperientes, até as já muito rodadas e as canalhas como ele, deixando marcante saudade em todas elas, sem exceção.

Plumct orgulhava-se e admirava-se de sua canalhice, pois nunca se apaixonava por nenhuma de suas conquistadas humanas. De vez em quando, para quebrar o tédio e a previsibilidade disso, ele partia para a sedução de alguma alienígena que estivesse circulando por aí. Mas nem por elas ele se apaixonava.

Depois de bastante tempo, a vida de terráqueo da raça humana canalha heterossexual, estava entendiando-o excessivamente.

Após muito pensar, ocorre-lhe a idéia de fazer algo útil e prático com toda a sua experiência como canalha sedutor. Algo útil, prático e de impacto social benéfico e sem fins lucrativos para os terráqueos da raça humana; afinal, Plumct havia se tornado humano, demasiado humano e, como tal, a filantropia pareceu-lhe ser o caminho certo para tirar-lhe o tédio e devolver-lhe o sentido de dever e utilidade que possuía quando era um ET abdutor/sedutor a serviço da ciência intergaláctica e interuniversal.

Assim, ele passou a ministrar brilhantemente e gratuitamente cursos de como ser um grande sedutor e amante canalha heterossexual para todos aqueles que estavam a fim de deixar de ser “nerds” na arte da sedução e conquista sexual, tendo a seus pés lindas e apaixonadas terráqueas da raça humana.

Sua preocupação com ações de impactos sociais benéficos na Terra crescia a cada dia. O que naturalmente fez com que seus cursos passassem a aceitar como alunas, terráqueas da raça humana de orientação homossexual; uma vez que muitas delas, além dos terráqueos humanos heterossexuais, também queriam deixar de ser “nerds” na arte da sedução e conquista sexual, tendo a seus pés lindas e apaixonadas terráqueas da raça humana.

Essa demonstração pública e desinteressada de compromisso social contra o preconceito para com as lésbicas terráqueas rendeu a Plumct o título de Patrono de Todas as Associações de Lésbicas do Planeta Terra – título que o deixou muito orgulhoso, pois seu trabalho social estava sendo reconhecido.

E assim ele ia levando sua vida na Terra como um terráqueo da raça humana não-mais-tão-canalha heterossexual com grandes objetivos sociais favoráveis à humanidade. (continua...)