sábado, 28 de março de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XII ]

Numa linda noite de luar, com estrelas mais brilhantes do que nunca, fresca como os dias de outono, Plumct e Bubucutú conversavam e comiam alegremente um suculento churrasquinho de gato na caverninha - agora, lar dos dois inseparáveis amigos, quando, de repente, Bubu, de dentro do disco voador, começa a enviar torpedos no celular do ET, pedindo urgentemente a sua presença.

Plumct e Bubucutú vão rapidamente até o disco, que se encontrava estacionado ali nas imediações, escondido pela bolha da invisibilidade e protegido pelo sensor anti-choque, não causando assim, nenhum transtorno na cidade.

Lá, Bubu explica que o seu super-radar de sobrevivência intergaláctica searcheralienslife detectou uma presença alienígena estranha muito próxima de onde eles estavam, não indexada em nenhuma base de dados dos universos conhecido e desconhecido, fato bastante estranho e possivelmente preocupante.

Seguindo os sinais do radar, Plumct e Bubucutú chegam até o campus da cidade universitária no final da Avenida do Café. Próximo à floresta do campus os sinais se intensificam, mas, mesmo usando seu super-óculos de luz de cristal de sal do Himalaia para exploração de buracos negros, o ET não encontra o tal alienígena não catalogado.

De repente, caminhando sobre os trilhos remanescentes da antiga estrada de ferro Mogiana que atravessava a Fazenda Monte Alegre (atual campus universitário), e sob a radiante luz do luar, Plumct vislumbra deslumbrado, uma figura feminina vindo em sua direção.

O coração do ET dispara em pulos descoordenados frente à onírica fêmea, que sorri para ele. Bubucutú também abre um lindo sorriso desdentado e pergunta a Plumct: “É sua irmã?” Plumct responde “Não!” e desaba, inconsciente. Enquanto o sinal do radar dispara incontrolavelmente.

Umas três horas depois, Plumct acorda. “Aonde estou?”, “Quem sou eu?”, pergunta o ET, dando de cara com Bubucutú a sorrir-lhe e com a fêmea desconhecida olhando-o com uma encantadora e sedutora ternura feminina. Olhando ao redor, ele percebe que está dentro de uma pequena cabana de barro, deitado numa cama de folhas de bananeiras, aparentemente no alto de uma árvore.

Nem será preciso dizer que Plumct e a fêmea misteriosa apaixonaram-se, não?!

Pois bem, foi isso mesmo que aconteceu – foi amor à primeira vista!

A fêmea e Plumct conversaram até o amanhecer, ansiosos por se conhecerem melhor (trocando alguns beijos entre uma conversa e outra), enquanto Bubucutú roncava a plenos pulmões, nariz e boca, deitado na rede pendurada na entrada da cabana...que sim! Acreditem se quiserem, ficava no alto de uma grande, copada e densa árvore! Em pleno campus universitário! Claro que numa parte pouco explorada do mesmo...

Voltando ao casal de pombinhos apaixonados, ops, de ETs (?) apaixonados; a conversa entre os dois revelou o seguinte sobre a fêmea aparentemente, talvez, uma ET?

Vamos lá:

Seu nome era Romicarla, atribuído por sua mãe adotiva, a cigana Aldira, que a criou desde os seus seis ou sete anos de idade (mais ou menos), quando encontrou-a suja, faminta e sozinha vagando por aquelas bandas pouco habitadas do campus.

Aldira havia morrido há alguns poucos anos, ficando Romicarla a morar sozinha na cabana em que foi criada pela cigana. Para proteger-se, já que agora estava só, com a ajuda do pen-drive que possuía pendurado no pescoço desde que se conhecia por gente, conseguiu levar a cabana para o alto da grande árvore (não me perguntem como, só sei que o tal pen-drive possuía alguns poderes “meio” paranormais....segundo ela ).

O tal pen-drive também, às vezes, quando ela apertava alguns dos minúsculos botões que existiam na sua lateral, dizia algumas palavras estranhas. Romicarla conseguiu entender (ela não sabe como!) as que relatou a Plumct:

“Plaft, nunca esqueça sua origem mestiça, porém, seu sangue alienígena sempre será mais forte! Com amor, Fru-Fru!” (continua...)

terça-feira, 17 de março de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XI ]

Plumct segue o homem das cavernas até a sua casa no meio da mata, que, obviamente, é uma caverna. Na verdade, uma caverninha, pois é uma pequena reentrância numa parede de pedra de apenas um...digamos, cômodo, bem pequena mesmo. Ela estava bem escondida por umas moitas altas e uma grande árvore, localizada rente à sua entrada.

O ET esconde-se atrás de um denso arvoredo e fica algum tempo a observar o inusitado brucutu ribeirãopretense. Viu-o assar e devorar em segundos um lindo leitãozinho seguido de uma galinha magra, numa espécie de churrasqueira improvisada com pedras. Plumct vibra! O homem conhece o fogo! E também sabe cozinhar! Viu-o também beber água proveniente de...uma garrafa de cerveja! Seria alcóolatra? Anota tudo em sua caderneta e continua atento em sua observação.

Em seguida, o brucutu deita-se na porta da caverna e não dentro desta (provavelmente por causa do calor!) e tira um bom cochilo.

Não aguentando de curiosidade, Plumct resolve aproximar-se mais. Pé ante pé, camuflado de moita, ele senta-se bem na frente do selvagem e observa-o como um terráqueo observaria um ET...quase em transe.

Como o nosso amigo ET é um ET, diferente de nós, simples terráqueos humanos, ele possui alguns, digamos, “dons” desconhecidos da ciência terráquea humana e, apesar de estar se tornando humano, demasiado humano, ele ainda é um ET, morfologicamente falando!

Assim, facilmente Plumct consegue se comunicar com a mente do homem das cavernas por meio de minimicro-ondas cerebrais e periféricas telepáticas e descobrir quase tudo sobre ele:

-Ele é remanescente de uma tribo de homens das cavernas do período mesolítico que habitou a região, conhecidos cientificamente como Homo heidelbergensis. Todos os seus parentes morreram, mas ele acredita que deva existir mais alguns espalhados por ai, que se aventuraram há muito tempo para longe dos limites da tribo.

-Ele atira pedras nos carros de vez em quando porque, segundo deduziu o ET, pensa ser os veículos, dinossauros com rodas (ele conhecia a roda!) e, como eram grandes, dariam um bom estoque de alimento para o inverno.

Como ele continuava vivo até hj, Plumct não conseguiu descobrir, mas soube que às vezes, o cavernoso homem dava umas voltas pela cidade à procura de algum parente seu, pois sentia-se muito só, passando desapercebido por todos, não sendo importunado por ninguém, nem mesmo pela polícia, pois provavelmente tomavam-no por um mendigo qualquer (dedução do ET, novamente).

Plumct, por meio de uma tecnologia de ponta muito utilizada pelos ETs abdutores, as chamadas micro-nano-ondas de rádios amadores extraterrestres que circulam na atmosfera terrestre clandestinamente a fim de induzir os seres humanos passíveis de indução a determinadas ações; ele consegue ganhar a confiança do último homem das cavernas existente na Terra, e tornar-se seu único amigo.

Como Robinson Crusoé tinha seu amigo Sexta-Feira, Dom Quixote, o seu escudeiro Sancho Pança, Plumct tinha agora seu novo amigo e escudeiro homem das cavernas, o qual foi batizado pelo ET, de Bubucutú, em homenagem a seu outro fiel amigo e computador de bordo, Bubu.

Assim, Plumct e Bubucutú começaram a circular juntos pela cidade e arredores. Eram facilmente encontrados tomando uma cervejinha no Bar do Zé, comendo uma porção de salame no Empório Brasília, curtindo as baladas do Sarandy em Jurucê, e azarando a mulherada pelos bares, boites e bordéis.

Apesar do achado que foi Bubucutú, Plumct sentia que Ribeirão Preto ainda escondia mais um segredo! E, mesmo entre farras e noitadas, ele estava atento aos “sinais”. (continua)

segunda-feira, 9 de março de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte X ]

Plumct chega à Ribeirão Preto numa noite muito quente, na qual perde suas botas, que ficam grudadas no asfalto ainda derretido pelo sol, apesar da lua já sorrir no céu há muitas horas. Antes de qualquer atitude, para refrescar-se, ele dá uma passadinha no bar Pinguim, localizado no centro da cidade e toma alguns choppes, pois afinal, ele estava lá para adquirir sabedoria, e nada melhor do que começar seu aprendizado conhecendo o chopp universalmente famoso da cidade.

Em seguida parte em busca de Insector Sun – o guardião da Terra, aquele que será agora, o seu mestre!

Após algumas indagações, o ET consegue descobrir as locações dos filmes do herói, e faz amizade com um figurante de uma das filmagens, que por acaso estava passando por lá e foi reconhecido por Plumct, que assistiu a todos os filmes do Insector. O figurante lhe indica, após horas de conversa até conseguir convencê-lo de que era um alienígena do bem, a casa de Insector Sun.

Chegando lá, o herói não se encontra no momento. Sua mãe informa que ele partiu para um lugar secreto em missão secreta, os quais ela não poderia informar por serem secretos.
Plumct fica bastante frustrado, perdido mesmo, sem saber o que fazer, mas acaba aceitando o fato, afinal, Insector Sun era um super-herói, e heróis estão sempre ocupados salvando a Terra.

Nosso ET então, resolve explorar a cidade, pois, se um herói guardião da Terra a tem como lar, algo de extraordinário deve existir por lá! Ou nao...

Plumct começa sua exploração visitando os pontos turísticos de Ribeirão Preto. Visita o Museu de Arte, para o qual doa um auto-retrato em aquarela, toma um banho de cachoeira no Parque Curupira, visita o Teatro Pedro II, aonde aproveita para levar um pedaço do teto para decorar o seu disco voador, pois é fanático pela obra da Tomie Ohtake. Dorme uma noite deliciosamente refrescante no Teatro de Arena, escala o Edfício Marmitão na Av. Santa Luzia e caminha sobre os paralelepípedos da Av. Nove de Julho, levando alguns escorregões de vez em quando, o que atrapalha um pouco o trânsito na região.

O ET aproveita também, para ferver e relaxar em algumas baladinhas famosas da cidade. Dança até cair no Tutu Rádio, faz vários contatos interessantes no Gay Square, que compreende o quadrilátero formado pelas ruas General Osório, Marechal Deodoro, Duque de Caxias e Sete de Setembro, na região central da cidade, que possui bares e boites gls charmosos. Bate altos papos e faz novamente mais contatos interessantes na balada entre-amigos GiGiGi. Depois cai na dança de novo no Bronze Night Club, ao som do Sun Walk & Dog Brothers, uma banda de Blues ribeirãopretana.

Plumct curte horrores na cidade, sentindo-se cada vez mais humano, demasiadamente humano, bem longe daquele ET abdutor e sedutor que era.

Dá mais umas voltas pela região central, toma um café expresso na Cafeteria A Única, mas ainda nada de sobrenatural encontra; até que, caminhando pela Avenida do Café, em direção ao Museu do Café - para onde pretende ir degustar um gole do famoso Bourbon; próximo ao final da mesma, aonde existe uma pequena mata que a margeia, eis que surge desta, um homem das cavernas! Em todo o seu esplendor!

A visão de tal ser, primitivo, feroz, descabelado e congelado no tempo, fascina Plumct!

O homem das cavernas atirava enormes pedras na avenida, tentando acertar alguns carros que passavam. Por sorte, não acerta nenhum! Solta alguns grunhidos aparentemente de raiva e volta para a mata com sua clava já bastante gasta pelo tempo apoiada no ombro.

O ET, paralisado de emoção, sente sua veia de arqueólogo terráqueo pulsar, e começa a seguir o brucutu ancestral mata adentro. (continua...)