Voltando ao nosso ET transgressor de leis intergalácticas, podemos dizer que depois de tantas centenas de anos na Terra, ele estava se tornando humano, demasiado humano. E, conseqüentemente, formaram-se nele múltiplas crises psicológicas.
Uma delas era a de identidade: quem Plumct era? Ele se perguntava! Ele era um complexo ET abdutor-sedutor como alguns colegas seus que nasceram com o dom natural de abdução-sedução (nem todos os Ets são abdutores, menos ainda sedutores); ou, pela ótica humana, um simples canalha, um Don Juan de segunda? Ou, melhor ainda, e ainda pela ótica humana, um simples canalha heterossexual, um Don Juan heterossexual de segunda?
Essa dúvida estava corroendo-o, e esse sentimento de auto-corroimento era uma novidade para ele, deixando-o mais angustiado ainda!
Além dessas crises, haviam outras, mas que não vêm ao caso agora. Mas, enfim, Plumct estava se tornando humano, demasiado humano, como vocês podem ler...
Num dos momentos de crise aguda de identidade ele tomou uma drástica medida! Não abduziria nem seduziria mais nenhuma terráquea até descobrir quem ou o quê Plumct era! No entanto, isso acarretaria seu afastamento (pelo menos temporário) da missão à qual seu dom natural o havia predestinado, e, conseqüentemente, o desligamento de sua megamaximinimicro câmera instalada em suas papilas gustativas. Fato que quase o deixa sem língua, pois, para desligá-la, nosso ET precisou esticá-la o mais possível com uma mão, e escová-la com a outra, usando uma grande escova de nano tubos esfoliantes – caríssima, descartável e completamente inútil para outro uso que não a remoção e/ou desligamento de câmeras papilo-gustativas instaladas em línguas de Ets em crise.
Na Terra há tantos séculos, o determinismo de seu planeta natal, ao que parece, estava deixando-o; não sabemos porém, se para o bem, ou se para o mal... (continua...)
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