terça-feira, 17 de março de 2009

PLUMCT, O ET - continuação [ parte XI ]

Plumct segue o homem das cavernas até a sua casa no meio da mata, que, obviamente, é uma caverna. Na verdade, uma caverninha, pois é uma pequena reentrância numa parede de pedra de apenas um...digamos, cômodo, bem pequena mesmo. Ela estava bem escondida por umas moitas altas e uma grande árvore, localizada rente à sua entrada.

O ET esconde-se atrás de um denso arvoredo e fica algum tempo a observar o inusitado brucutu ribeirãopretense. Viu-o assar e devorar em segundos um lindo leitãozinho seguido de uma galinha magra, numa espécie de churrasqueira improvisada com pedras. Plumct vibra! O homem conhece o fogo! E também sabe cozinhar! Viu-o também beber água proveniente de...uma garrafa de cerveja! Seria alcóolatra? Anota tudo em sua caderneta e continua atento em sua observação.

Em seguida, o brucutu deita-se na porta da caverna e não dentro desta (provavelmente por causa do calor!) e tira um bom cochilo.

Não aguentando de curiosidade, Plumct resolve aproximar-se mais. Pé ante pé, camuflado de moita, ele senta-se bem na frente do selvagem e observa-o como um terráqueo observaria um ET...quase em transe.

Como o nosso amigo ET é um ET, diferente de nós, simples terráqueos humanos, ele possui alguns, digamos, “dons” desconhecidos da ciência terráquea humana e, apesar de estar se tornando humano, demasiado humano, ele ainda é um ET, morfologicamente falando!

Assim, facilmente Plumct consegue se comunicar com a mente do homem das cavernas por meio de minimicro-ondas cerebrais e periféricas telepáticas e descobrir quase tudo sobre ele:

-Ele é remanescente de uma tribo de homens das cavernas do período mesolítico que habitou a região, conhecidos cientificamente como Homo heidelbergensis. Todos os seus parentes morreram, mas ele acredita que deva existir mais alguns espalhados por ai, que se aventuraram há muito tempo para longe dos limites da tribo.

-Ele atira pedras nos carros de vez em quando porque, segundo deduziu o ET, pensa ser os veículos, dinossauros com rodas (ele conhecia a roda!) e, como eram grandes, dariam um bom estoque de alimento para o inverno.

Como ele continuava vivo até hj, Plumct não conseguiu descobrir, mas soube que às vezes, o cavernoso homem dava umas voltas pela cidade à procura de algum parente seu, pois sentia-se muito só, passando desapercebido por todos, não sendo importunado por ninguém, nem mesmo pela polícia, pois provavelmente tomavam-no por um mendigo qualquer (dedução do ET, novamente).

Plumct, por meio de uma tecnologia de ponta muito utilizada pelos ETs abdutores, as chamadas micro-nano-ondas de rádios amadores extraterrestres que circulam na atmosfera terrestre clandestinamente a fim de induzir os seres humanos passíveis de indução a determinadas ações; ele consegue ganhar a confiança do último homem das cavernas existente na Terra, e tornar-se seu único amigo.

Como Robinson Crusoé tinha seu amigo Sexta-Feira, Dom Quixote, o seu escudeiro Sancho Pança, Plumct tinha agora seu novo amigo e escudeiro homem das cavernas, o qual foi batizado pelo ET, de Bubucutú, em homenagem a seu outro fiel amigo e computador de bordo, Bubu.

Assim, Plumct e Bubucutú começaram a circular juntos pela cidade e arredores. Eram facilmente encontrados tomando uma cervejinha no Bar do Zé, comendo uma porção de salame no Empório Brasília, curtindo as baladas do Sarandy em Jurucê, e azarando a mulherada pelos bares, boites e bordéis.

Apesar do achado que foi Bubucutú, Plumct sentia que Ribeirão Preto ainda escondia mais um segredo! E, mesmo entre farras e noitadas, ele estava atento aos “sinais”. (continua)

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